Capitulo 2: Primeiro dia de Aula

Finalmente aquela noite havia passado, eu não consegui dormi nada, fiquei pensando naquela discussão, mas ao mesmo tempo fiquei cada vez mais ansiosa para meu primeiro dia de aula.

Logo que acordei pulei da minha cama como um gato assustado, em seguida tomei um belo banho e vesti meu uniforme.

O uniforme era bem confortável, adorei os contrastes de cores, digno de um colégio de alto porte.

Apesar de que não me sentia nada bem, eu sentia-me uma pessoa tão feia, cheia de espinhas, essa fase é tão ruim. Medo da não aceitação no novo colégio.

IEJ( Instituto de Ensino Juvenil)

Quando cheguei ao colégio eu vi pela primeira vez na vida o que é uma verdadeira instituição de ensino, ele é lindo, enorme e tem um grande ginásio. Mas como se diz; não julgarei o livro pela capa, mas só de olhar esse colégio sinto que tudo vai mudar. É uma coisa que não consigo explicar, apenas sinto.

Fui orientada a entrar no salão principal, pois todos do terceiro ano estariam lá, o diretor queria dar as boas vindas novamente para todos e para os novatos, além disso, queria dizer algumas palavras sobre esse ano escolar.

Eu estava ansiosa, tudo parecia como num conto de fadas.

Quando entrei no salão vi quanta perfeição em um lugar só, um salão imenso e bem  decorado, cheio de pessoas bonitas e bem vestidas.

Confesso que me sinto constrangida nesse momento, aqui só tem pessoas ricas e bem vestidas, além de lindas.

Na entrada havia uma garota loira bem linda namorando um garoto forte de cabelo loiro, bem como coisas do terceiro ano mesmo.

Andei para sentar em alguma das cadeiras, porém vi que aquele casal na hora parou de ficar se acariciando e voltou atenção para mim.

-Nossa bem que eu sabia que esse ano iria entrar dragões ,mas não que fosse tão ´´oferenda``..

O garoto ria da piada daquela menina. Confesso que meu deu uma vontade de sair correndo, senti uma pontada na barriga, uma vontade de chorar, porém fiquei sem reação.

É sempre assim, as pessoas parecem que acham que eu sou um fantoche de diversão, elas não sabem o tanto que isso dói dentro de mim, me machuca de verdade.

Mesmo com aquele comentário sem graça conseguir me manter forte ,ergui minha cabeça e fui me sentar em uma cadeira.

Mas para me asar eu sentei para frente, senti meu corpo sendo impulsionado para baixo e acabei caindo no chão.

Em questões de segundos todos voltaram à atenção para mim e começaram a rir sem parar.

Eu estava tão envergonhada, logo no primeiro dia de aula estou pagando esse mico.

Minha vontade é de sair correndo e chorando, os risos das pessoas entravam como ofensas em meus ouvidos.

Fechei meus olhos e respirei calmamente, eu não conseguia levantar minha cabeça se quer, sentia tanta vergonha de mim, desse meu jeito desastrado de ser, de como as pessoas me tratavam.

Os risos continuavam e comentários maldosos começaram a surgir. Pelo jeito nada melhorou nesse novo colégio.

´´Por que o diferente é tão difícil de aceitar?``

Um homem de idade vendo aquela situação constrangedora foi dar um basta.

-Acho que palhaçada já acabou né?!

-A calma ai diretor, não é todo dia que o circo vem no colégio..Falou rindo aquela garota loira de saia curta.

-Rebeca você quer mesmo ganhar uma advertência logo no primeiro dia de aula?? Não se esqueça que assim como deixei você permanecer esse ano, posso te tirar daqui!

-Ok, eu irei me sentar..Falou Rebeca

´´Sinceramente existem comentários que as pessoas não deviam fazer, apesar de nem conseguir levantar a cabeça eu escutava tudo, e era tão doloroso ouvir que eu era uma atração de circo, feito para ri. Essa tal de Rebeca não presta nada pelo visto, só pelo modo que o diretor tratou ela.``

Eu estava tão envergonhada que não ouvia nada, senti meus olhos lacrimejando, mas fui forte e segurei as lágrimas.

-Garota levanta se não eles vão continuar rindo de você.

Aquele garoto simpático pegou em meus braços delicadamente e levantou-me.

-Você está bem?

Aquele lindo garoto de olhos claros me perguntou.

Porém nem consegui responder, eu sentia arrependimento de tudo, eu não sabia como expressar minha tristeza e minha gratidão por aquela simpatia em pessoa.

-Meu Deus que vergonha, o que eu fiz para merecer isso?! Falei pondo a mão em meu rosto, tentando segura-la de tanta vergonha que estava.

-Ei, você gostaria de se sentar comigo e minha amiga?

Quando esse garoto falou para mim senti um alívio no coração, ele tinha um espírito tão bom, ficar perto dele me fazia sentir bem.

-Aceito sim...Quase que não saiu nada, eu estava tão tímida e envergonhada com aquela situação embaraçosa.

Eu estava ainda envergonhada com toda situação constrangedora, andei e sentei-me de cabeça baixa, eu não conseguia olhar as caras de deboches dessas pessoas, era doloroso.

-Oi, que falta de educação a minha, meu nome é Fernando.

Logo a garota de cabelos ruivos começou a falar.

-Meu nome é Lívia.

Percebi na hora em que os dois conversaram comigo que são boas pessoas, Fernando é um príncipe, Lívia é animada e extrovertida.

-Meu nome é Beatriz, mas podem me chamar de Bia.

Eu estava tímida no meio dos dois, eu sabia que essa atitude era infantil, mas era uma coisa que eu não conseguia tirar de mim.

-Olha não liga para o que esses otários dizem não, a maioria desse povo daqui é assim, só por que estão numa instituição de ensino cara se acham os maiores, são todos uns babacas.

-Obrigada Lívia, mas me sinto tão indiferente aqui.

-É uma questão de se adaptar minha amiga.

‘’Meu coração se encheu de felicidade após aquelas palavras, ela me chamou de amiga, nunca na minha vida alguém me chamou de amiga, só conseguiam me chamar de monstrinho e coisas desse gênero.’’

Quando voltei meu olhar para frente aquela menina desaforada e seu namorado estavam na minha frente.

-Quem são esses Lívia? Cochichei.

-Ela é a Rebeca, uma garota fútil e esnobe que se acha porque namora o menino mais popular e bonito da sala. Ele é o Gustavo, ele é meio metidinho, se acha por ser o líder do time de futebol do colégio e seus pais serem milionários.

Depois de um tempo conversando com Lívia o diretor subiu no palanque para dar o discurso de começo de ano.

-Bem gente, quero desejar boas vindas novamente a vocês e eu queria falar umas coisinhas antes de vocês irem para a sala.

-Bem gente esse ano decidi só conversar com o terceiro ano, como é de conhecimento de todos hoje para alguns é o ultimo ano escolar, bem essa turma ela é extraordinária, super participativa, porém vocês estão deixando a desejar, falta amor, união entre vocês.

Como diretor tenho a obrigação de pedir por favor, que esse ano não se repita como os outros anos, os bullying, as gracinhas estão passando do limite.

Vamos esse ano superar nossas expectativas, aproveitar ao máximo, e preparar uma linda formatura.

Obrigado a todos pela atenção.

Como todo primeiro dia de aula a aula só foi conversa, a única coisa que teve foi a apresentação da professora de matemática, Vanessa é o nome dela. Mas o resto ficou eu e Lívia conversando sobre tudo, eu me sentia tão bem que já tinha esquecido-me daquele mico que paguei mais cedo.

Às vezes eu ficava olhando para trás e aquele tal de Gustavo não parava de ficar me olhando. Eu fiquei meio constrangida. Será que ele por dentro ria de mim?

Eu não sei responder , mas sei que ele é muito lindo, aqueles olhos azuis são hipnotizantes, ele realmente era bonito.

Do lado estava Rebeca, eu não tinha raiva dela, apenas não entendo o porquê que ela fez aquilo comigo, ri da minha cara e me chamar de atração de circo.

Depois de 5 horas dentro daquela sala, conhecendo pessoas novas, fazendo amizades finalmente eu sai, e sai toda feliz, pois agora eu tinha não só um, mas sim dois amigos. Apesar de tudo, eu me sinto uma pessoa feliz e tão realizada.

-Bia foi um prazer imenso em te conhecer, espero te ver amanhã aqui  novamente..Falou Fernando.

-Minha amiga linda amanhã quero te ver toda feliz, e não se esqueça ,se essa Rebeca encher, agente enche a cara dela de bolacha..Lívia riu.

Depois de conversarmos mais um pouco Fernando e Lívia me deram um abraço. Eu fiquei sem jeito, pois eu nunca tive um amigo, quem dera um abraço em alguém. Foi uma sensação mágica, eu pude sentir o calor de amizade que nós tínhamos. Havia um laço de amizade profundo nessas pessoas.