Capitulo 8:’’ É melhor ter tentado agora do que lamentar depois pelo que poderia ter feito’’

  Cheguei em casa com minha cabeça cheia, eu não sabia dar caminho para meus pensamentos, está tudo tão confuso, primeiro a Rebeca quase me batendo depois Gustavo me protegendo e alegando me amar.

   Nessas horas minhas inexperiência me atrapalhava muito, precisava de uma segunda opinião e me desabafar, então liguei para minha amiga Lívia.

-Oiii Bia minha linda, amei o que tu disseste para aquela vadia da Rebeca.

-Oi Lívia.

-Bia o que aconteceu? Foi aquela puta da Rebeca?

-Lih minha amiga aconteceu tudo, foi ela também.

-Cachorra. Lívia ficou rouca ao falar e continuou: -Conte-me tudo...

-Lívia hoje depois que a aula acabou a Rebeca foi para cima de mim, me ofendeu e quase me enfiou um tapa na minha cara.

-Que cachorra amanhã na aula eu mato ela...Lívia me interrompeu furiosa.

-Não amiga deixa isso quieto, o que não mexeu comigo hoje foi isso e sim a atitude de Gustavo, ele me protegeu, brigou com ela e quando eu estava na estufa chorando ele foi lá e declarou para mim, disse que me amava.

 -Ele o que?!!! Pude ouvir o espanto de Lívia no telefone.

-Sim amiga, ele disse que me amava e disse que desde o primeiro dia sentiu algo por mim.

-Como aquele sujo pode falar que ‘’ama’’ sendo que ele não sente isso por ninguém.

-Amiga ele terminou com a Rebeca e disse que me queria. Ele tentou me beijar.

-Eu não creio nisso, será que ele gosta de ti? Vocês se beijaram?

-Não eu fugi..Eu dei uma pausa e respirei profundamente.. –Eu estou estranha amiga, eu não sei o que pensar.

-Amiga a decisão é tua, mas quero te avisar, tome cuidado, não deixe ele te machucar.

   Depois de alguns minutos conversando desliguei o telefone e fui para cama.

  Eu estava sozinha e isso assombrou mais ainda meus pensamentos, eu queria arranjar uma solução, queria eu saber se eu estou tendo sentimentos por ele? Eu nunca senti isso e pensei que não ia sentir tão cedo.

   Vou fazer a coisa mais sensata, irei evitar Gustavo ao máximo, eu não quero sofrer, eu não sei o que é isso, mas só de ver as situações que muitas pessoas vivem vi o bastante o que é sentir a dor do amor machucado.

-É isso que irei fazer.. Falei comigo mesma.

  As semanas se passaram e para minha raiva maior ainda Gustavo sentou-se ao meu lado e ficava me encarando, tinha aulas que ele virava a cadeira em minha direção e olhava-me com aqueles belos olhos azuis, eu é claro tentava não olhar, tentava, mas por muitas vezes não consegui.

   Teve uma vez que eu estava sozinha no corredor dos armários guardando meus livros e ele ficou me encarando, ele esperava que eu fosse falar com ele, eu ficava tremula só ao ver ele, imagina falar.

   E para minha alegria Lívia chegou para ‘’salvar-me’’, ela sempre que percebia que eu estava incomodada com o Gustavo ia até eu e conversava, e ele sempre ficava com uma cara chateada e saia.

  As semanas de provas começaram, e as provas estavam o ‘’cão’’, e para desconcentrar-me mais ainda Gustavo sentou-se em minha frente, teve uma prova que eu quase escrevi o nome dele.

   Eu tentei, mas não conseguia, minha cabeça foi dominada por Gustavo, eu pensava nele todo segundo.

  Teve um dia que eu sonhei com ele, que ele era meu príncipe encantado e eu era a princesa, mas acho que devia ser princesa sapo.

Para tentar ocupar meus pensamentos e como havia acabado a semana de provas fui procurar um emprego (sugestão dada por Lívia), meu pai concordou contanto que não atrapalhasse nos estudos. Foi difícil achar um emprego, até que li um anuncio que precisava de uma lavadeira para uma casa perto da casa dos meus amigos.

Quando cheguei lá me deparei com uma mansão imensa, a casa era linda.

 A dona da casa se chama Angélica, ela é uma mulher muito rica,dona de empresas de moda, era muito linda, tinha algo nela que me soava muito familiar. O que estragava nela que eu percebi que ela era uma mulher que não se misturava aos mais baixos, além disso, é muito fresca.

-Você se veste assim?

Viu só eu falei que ela era arrogante e não se misturava.

   Eu educamente respondi.

-Visto sim, mas te garanto que faço um ótimo trabalho.

 Ela olhou de cima para baixo com nojo de mim, que mulherzinha nojenta, que vontade de sair daquela casa, mas eu precisava de um passatempo.

-Bem pelo menos você não vai ficar na sala de visitas né...Angélica riu ironicamente.

  Para não me rebaixar e causar má impressão apenas sorri.

-Bem para te deixar informada, as regras daqui são; não mexer em nada, não ficar vagando pela casa, acabou o serviço sair imediatamente, não vou tolerar falta de desempenho, se algo quebrar tu paga.

  Angélica falou mais dez regras para mim, eu fiquei chocada com ela, pelo menos o salário compensava e a jornada de trabalho era pequena.

 -Está contratada. Pegue o avental que está no quarto dos empregados que já tem um monte de serviço para você, eu irei trabalhar, espero quando chegar você tenha feito tudo.

-Pode deixar madame.

-Gostei de você ter me chamado de madame, um bônus para você.

  Que mulher mais paranoica, eu pensava que já vi de tudo com a Rebeca, mas essa daí deve ser pior, esse ar de superioridade me dava nos nervos.

 Quando ela falou que tinha serviço para fazer eu achei que era exagero, mas depois de tanta roupa que eu lavava e não tinha fim, pelo menos ela tinha uma maquina de lavar roupa moderna, o pior nem era isso, era que eu tinha que tomar cuidado para não manchar, rasgar, enrugar demais.

Depois de horas lavando roupa finalmente tinha acabado, eu estava com meus pensamentos bem longe quando ouço alguém batendo na porta.

-Com licença minha mãe disse que tinha contratado uma lavadeira eu queria deixar algumas roupas minhas para lavar.

Eu não acredito nisso, eu estava correndo de todos os problemas e bati na porta e entrei no ápice desse problema, eu não podia acreditar que estava na casa do Gustavo.

 Tentei esconder meu rosto e ficar calada mais nada adiantou ele rapidamente reparou que era eu.

-Você..Falou Gustavo impressionado.

 Tentei não disfarçar minha agonia e fui em direção da porta.

-Meu turno acabou, procure a outra lavadeira amanhã, pois irei me demitir.

-Não me trate assim, você me machuca. Por favor fique aqui, vamos conversar?

-Para que? Não temos nada para conversar Gustavo.

-Vamos conversar amigavelmente.

-Não posso, sua mãe me proibiu ficar aqui depois do turno.

-Minha mãe não sabe nem quem ela é direito, e depois ela só chega de madrugada.

Gustavo respirou profundamente e falou.

-Por favor, me faça companhia, estou tão sozinho.

   Eu não resisti, tentar evitar Gustavo era burrice, ela já havia consumido meus pensamentos. Ele me levou a uma linda sala que havia naquela imensa casa dele.

  Estava sem assunto, não sabia o que dizer.

 -Gustavo seu pai chega que horas?

-Meu pai morreu Bia, quando eu ainda era bebe, o helicóptero dele caiu em alto mar e foi dado morto.

-Desculpa,não foi minha intensão tocar nesse assunto.

  Era impressionante como todos daquele colégio tinha pais mortos ou separados, eu percebi que apesar de todo dinheiro ele não supria o amor dos pais.

  Começamos conversar aos poucos, depois de um tempo conversamos muito, Gustavo me contou suas histórias, me contou que sentia carência por diversas vezes e por isso pegava muitas garotas, e que o namoro dele e de Rebeca era apenas uma ‘’fachada’’ pois a mãe dele queria, ela era filha de um dos principais representantes de vendas do país e para melhorar os negócios ela queria uma união entre as famílias.

   Depois de horas conversando com o Gustavo compreendi que o julgamento que as pessoas faziam dele era totalmente errado, ele é um rapaz bom, só precisa de mais amor e atenção.

-Nossa olha as horas, eu tenho que ir Gustavo.

   Gustavo aproximou-se.

-Não senhorita, é feio eu não servir comida para os visitantes.

-Eu não sou uma visita Gustavo, sou uma empregada.

-Agora é minha visita.

-Eu irei fazer uma janta para você.

Eu disparei a ri, eu nunca imaginava ver logo o Gustavo na cozinha.

-Por que está rindo? Gustavo não gostou muito dos meus risos.

-Você na cozinha? É uma coisa hilária, eu aceito sim.

Eu ainda continuava rindo.

-Vou cozinhar sim, e ainda vai sair uma delicia

   Foi uma cena bonita sinceramente, eu nunca poderia imaginar uma pessoa como o Gustavo na cozinha, ele era bem fofo na cozinha, mas dava para ver que ele não tinha experiência nenhuma na cozinha.

  Dito e feito, Gustavo deixou a comida queimar.

  A única coisa que fiz foi ri, logo após isso ele riu também e admitiu que nunca cozinhou.

  Para não ficarmos com fome ele pediu uma pizza pelo telefone. A pizza era maravilhosa, melhor do que o grude que ele estava fazendo posso te garantir.

   Depois de jantarmos fomos na área da piscina, ele queria mostrar onde passava a maior parte do seu tempo pensando na vida.

   Andamos um pouco e ficamos conversando, só que em um determinado tempo paramos de andar, eu olhei profundamente em seus olhos, eu me sentia bem ao lado dele e queria ver se realmente ele gostava de mim.

- O que tu disse para mim é verdade?

-Tudo verdade, eu me sinto bem ao lado de você, você não é interesseira, é simples e educada, me faz sorri, coisa que eu preciso. Mas eu não entendo o porquê você correu.

-Eu nunca fiz isso Gustavo, eu sou uma pata feia que nunca beijou.

-Você é mais linda do que pensa, não olhe para seu exterior e sim interior.

   Ele pegou em minhas mãos, meu coração acelerou, senti medo, mas continuei firme, agora sei o que quero.

-É melhor ter tentado agora do que lamentar depois pelo que poderia ter feito.

Que frase profunda que Gustavo disse, meu coração acelerou, conseguia sentir o sangue pulsando mais rápido.

 Aos poucos ele foi chegando na minha boca, seus lábios macios e quentes tocaram sobre os meus.
Foi estranho no começo, mas depois fui gostando, pude sentir o calor que vinha dele, além disso, sentia meu próprio calor subir pelas veias

  Com o tempo o beijo foi ficando mais rápido, ele ficou com mais pegado e forte.

  Teve tudo nele, sensualismo, mordidas e entre outros.

  Mas sabe o que mais me deixava feliz, pela primeira vez eu senti amada, Gustavo era delicado, romântico, tinha pegada e me deixava segura.